Banqueira diz encarar punição do mensalão com 'desesperança'
A banqueira Kátia Rabello, principal acionista do Banco Rural, perdeu a esperança. Sabe que deve ser presa após o julgamento do mensalão. Em entrevista à Folha, a primeira depois da sua condenação, ela afirma: "Questionei o sentido da vida".
Kátia diz encarar "um castigo como esse" com "sentimento de desesperança".
Ela foi condenada por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas, o que pode lhe render uma pena de prisão de 12 a 14 anos, segundo estimativas de advogados ouvidos pela Folha.
O Supremo Tribunal Federal concluiu que o Rural usou meios fraudulentos para alimentar o mensalão, com empréstimos de R$ 31 milhões.
Penas superiores a oito anos devem ser cumpridas em regime fechado, segundo a legislação. "Não vai ter pena alternativa", diz o advogado de Kátia, José Carlos Dias.
"É um absurdo. A prisão deveria ser reservada para quem oferece riscos à sociedade."
Aos 51 anos, a ex-bailarina que se tornou banqueira após a morte do pai e da irmã diz que sua passagem pelo Rural foi "uma catástrofe atrás da outra". Mas ela diz não se arrepender de nada.
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