sexta-feira, 22 de março de 2013

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quinta-feira, 21 de março de 2013

COM QUE ROUPA

Tatadetila


VIDAS SECAS

Portal Terra
Há 60 anos morria Graciliano Ramos



Nesta quarta, dia 20, completam-se 60 anos da morte do escritor alagoano Graciliano Ramos, um dos grandes da literatura nacional. Figura frequente em provas de vestibular e no Enem, o aniversário do falecimento aumenta ainda mais as chances do autor de Vidas SecasSão Bernardo e Angústiaaparecer nos testes.
O professor de Literatura do curso pré-vestibular Anglo, Marcílio Lopes Couto, ressalta a importância do tema "seca" na obra do autor, mas com uma observação. "Graciliano não criou a temática da seca; ele criou um estilo de falar sobre ela", enfatiza.
Segundo o professor, esse estilo era, em semelhança ao assunto preferido, seco. "Ele tinha uma grande capacidade de dizer muito com poucas palavras, enxugando as frases ao máximo", explica.
Apesar do tema abordado, as obras de Graciliano eram mais amplas e, no fundo, versavam sobre o ser humano e suas limitações. Com isso, segundo Couto, sua literatura era universal, fugindo da regionalidade que cercam obras de temática semelhante.
A professora de Letras da Universidade Federal de Alagoas, Belmira da Costa Magalhães, com diversos trabalhos centrados na obra de Graciliano Ramos, também aponta a universalidade como uma das principais características do autor: "A partir de uma regionalidade, a escrita de Graciliano se torna universal", comenta. Para ela, os temas abordados pelo autor ainda são muito atuais, ponderando sobre a opressão aos trabalhadores e a problemática dos grandes latifúndios. "Graciliano mostrou que o problema da seca não é só climático, mas de poder; alguns se beneficiam dela", analisa.
Belmira ainda destaca outras produções literárias do autor que podem ser cobradas em exames além dos principais romances, como crônicas, contos e relatórios políticos - Graciliano foi um influente político de esquerda, inclusive sendo preso pelo governo de Getúlio Vargas em uma reação à Intentona Comunista de 1935. Prefeito de Palmeira dos Índios (AL) entre 1928 e 1930, já dava indícios da veia artística: em documento de prestação de contas ao governo estadual, escreveu, com tom irônico, sobre a iluminação municipal.
A obra do alagoano mais frequentemente cobrada em testes é Vidas Secas. "Tem uma profunda penetração psicológica das personagens", diz o professor Couto. A história apresenta uma família de retirantes do sertão brasileiro vivendo em condições sub-humanas, enfrentando a seca e a fome. É nesse quadro de dificuldades combatido pelas personagens que Graciliano consegue desnudá-las psicologicamente. Couto vê aí outro fator importante da obra: o aprofundamento da figura do sertanejo foi, para a época (o livro foi publicado originalmente em 1938), algo ousado, pois o homem do sertão era, até então, um "ser inferior" em relação aos homens dos grandes centros urbanos. Dar tamanha importância aos seus sentimentos foi um considerável avanço proporcionado por Graciliano.
São Bernardo também é apontado pelos especialistas como um forte candidato a aparecer no vestibular. Além das características gerais do autor, Belmira relata que essa obra "mostra o que o poder é capaz de fazer com as pessoas", abordando questões como coronelismo, poder patriarcal e a mulher e seu lugar na sociedade. São Bernardo faz um forte questionamento social e psicológico, escancarando as desigualdades da sociedade brasileira e nordestina a partir de um "relato confessional": após o suicídio da esposa Madalena, o personagem principal, Paulo Honório, faz um registro autobiográfico da história de sua ascensão a dono da Fazenda São Bernardo, dos seus problemas conjugais e da dureza da vida no sertão.
Couto alerta que as obras de Graciliano Ramos podem aparecer em outras matérias, e não apenas em Literatura. Como as problemáticas da seca são ainda atuais no Brasil, o professor conta que é quase banal o autor ser referência para a prova de geografia. Pelas publicações e atuação política na Era Vargas, é possível também que apareça algo no campo da História, aponta.

DESCASO DO PODER PÚBLICO

Oglobo

Nova Friburgo só fez obras em 3 encostas desde 2011

Nova Friburgo após a tregédia de 2011: MP-RJ deu prazo para as obras, mas prefeitura recorreu Foto: Marco Antônio Teixeira - 18/01/2011 / Agência O Globo

RIO - A repetição de tragédias decorrentes de chuvas fortes como a que se vê em Petrópolis revela a dificuldade das autoridades de pôr em prática o velho ditado de que prevenir é melhor que remediar. Na vizinha Nova Friburgo, depois das 451 mortes ocorridas em janeiro de 2011, foram iniciadas obras de contenção em apenas 11 encostas da cidade. E apenas três estão prontas — o que representa 1,2% do total de 250 intervenções desse tipo consideradas necessárias, segundo levantamento feito pela Secretaria estadual de Obras, em parceria com a Geo-Rio e a empresa Geomecânica, logo após a tragédia de 2011.

O mesmo estudo apontou a necessidade de 430 obras de contenção em toda a Região Serrana. Os dados alarmantes são citados em ação civil pública do Ministério Público do Estado do Rio contra a prefeitura de Friburgo e a secretaria, na qual os promotores exigem a realização de obras de contenção de encostas no Vilage, no Centro da cidade, uma área que concentra 700 pessoas em situação de risco. Numa tempestade ocorrida em 13 de novembro de 2012, muitas delas tiveram que se refugiar no Fórum da cidade.

Preço subiu 20%

No mês passado, a juíza da 1ª Vara Cível de Nova Friburgo, Paula Gonzalez Teles, deu à prefeitura o prazo de 180 dias para executar o serviço no Vilage. Mas, na terça-feira, o município entrou com recurso tentando derrubar a decisão.
O secretário municipal de Gerenciamento de Projetos e Convênios, Edson Lisboa, explica que hoje há cinco obras em curso com verba do Ministério das Cidades e outras três, de grandes proporções, sendo feitas pelo governo do estado. A ação do MP-RJ, no entanto, critica o fato de que, das oito empreitadas sob responsabilidade do estado contratadas com dispensa de licitação em 2011, algumas sequer começaram.

As 250 intervenções de contenção em Nova Friburgo foram orçadas, na época, em R$ 789 milhões, valor que subiu 20%, segundo a ação, por sugestão da Secretaria estadual de Obras “a título de contingência”, atingindo R$ 947 milhões. Em nota, a Secretaria estadual de Obras informou que as obras contratadas em 2011 com dispensa de licitação já foram concluídas. E acrescentou que realiza intervenções em encostas em São Jorge, Floresta e Jardinlândia.



CONLUIO VIRTUAL

 O Estado de S.Paulo

E-mail vazado por acidente levanta suspeitas de conluio dentro do CNJ

O presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse ver ‘conluio’ entre juízes e advogados - Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA - A crítica feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ao "conluio" de juízes e advogados ocorre dias depois de uma troca de e-mails ter provocado constrangimento entre juízes federais e ter levantado desconfiança sobre uma decisão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A suspeita era de favorecimento à filha do conselheiro Tourinho Neto, que ocupa a vaga no órgão dos juízes federais, a partir de uma decisão tomada pelo conselheiro Jorge Hélio, indicado pela advocacia.

Foi durante uma discussão com Tourinho Neto, em sessão do conselho na terça-feira, que Barbosa citou o "conluio" entre magistrados e advogados e que disse haver "muito juiz para botar para fora". O presidente do STF também comanda o CNJ.
A filha de Tourinho Neto, a juíza Lilian Tourinho, buscava no CNJ uma decisão que lhe garantisse o direito de participar de um concurso de remoção. Ela queria deixar uma vara do Pará e mudar para Salvador.
O pedido já tinha sido rejeitado no Tribunal Regional Federal, onde ocorreria a transferência, pois Lilian Tourinho estava há menos de um ano na mesma vara. Pela regra do TRF, o pedido de remoção só pode ocorrer depois de o juiz ficar um ano em uma mesma localidade.
Relator do pedido, o conselheiro Jorge Hélio foi abordado por Tourinho Neto antes de tomar uma decisão. "Está chegando um requerimento de minha filha e é coisa urgente", disse Tourinho na ocasião, como ele próprio contou ontem ao Estado. "Concedendo ou negando, despacha logo", pediu ao colega.
E-mail na lista. Jorge Hélio recebeu o processo e suspendeu provisoriamente o concurso de remoção, o que atendia ao pedido da juíza. O e-mail remetido por um assessor a Tourinho Neto, a que o Estado teve acesso, provocou suspeitas entre os magistrados. Na mensagem, o assessor de Tourinho afirma que Jorge Hélio passou no gabinete, informou que já havia decidido a questão, mas a liminar, conforme a mensagem, ainda não tinha sido publicada.
"O conselheiro Jorge Hélio esteve agora aqui no gabinete procurando o senhor. Pediu para informar que o processo já está encaminhado, e que deferiu a liminar. No entanto, no sistema ainda não consta a assinatura, somente a minuta", informava o assessor. Assim que fosse publicada, prometia o funcionário, encaminharia a íntegra da decisão para Tourinho e sua filha.
Tourinho Neto contou ao Estado que recebeu a mensagem e tentou repassá-la para o e-mail da filha. Entretanto, acabou enviando o texto para a lista de juízes federais de todo o País. O presidente da Ajufe, Nino Toldo, procurou o conselheiro Jorge Hélio e pediu oficialmente que reconsiderasse sua decisão. O TRF em seguida encaminhou informações, argumentando que a juíza havia se beneficiado no passado da regra que queria derrubar. Dois dias depois, Jorge Hélio voltou atrás e derrubou a decisão que beneficiava a filha de Tourinho Neto.
O caso provocou críticas internas e foi assunto de uma sessão reservada do Conselho na segunda-feira à noite, véspera das críticas de Barbosa aos magistrados e advogados, desencadeadas durante um diálogo com o conselheiro Tourinho. Jorge Hélio conta ter sido questionado sobre o assunto pelo também conselheiro Wellington Saraiva. E afirmou que um colega do Ministério Público havia levantado a suspeita de que Jorge Hélio teria feito advocacia administrativa.
"O que eu disse foi que julguei o pedido. Aconteceu isso mesmo e não vejo nenhum problema", disse Jorge Hélio. O conselheiro reclamou do ocorrido. "Não me causou constrangimento porque não me senti pressionado. Mas esse tipo de pedido sempre incomoda", admitiu.
"Lamento profundamente que tenha ocorrido isso. Eu asseguro que agi dentro da normalidade", afirmou o conselheiro. "Eu não aceito interferência no meu trabalho."
Após o ocorrido, Tourinho Neto repassou o e-mail aos colegas para negar irregularidades. "Meus amigos, conselheiros, a msg (mensagem) que recebi do meu assessor Marcos foi a que abaixo transcrevo. Não houve nenhuma advocacia administrativa. Não pedi nada a Jorge Hélio, nem ele disse que estaria dando a liminar para atender meu pedido", disse Tourinho na mensagem aos magistrados.

quarta-feira, 20 de março de 2013

CONLUIO

O Estado de S. Paulo

Joaquim Barbosa diz que existe 'conluio' entre advogados e juízes

BRASÍLIA - O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, afirmou nesta terça-feira, 19, que existe um conluio entre juízes e advogados. Durante julgamento no qual o CNJ determinou a aposentadoria compulsória de um magistrado do Piauí acusado de beneficiar advogados, Barbosa disse que muitos juízes devem ser colocados para fora da carreira.

"Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. Nós sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, absolutamente fora das regras", criticou Joaquim Barbosa.
O presidente do CNJ deu a declaração ao debater de forma amistosa sobre o caso do Piauí com o relator do processo, Tourinho Neto, que ficou vencido no julgamento. Tourinho Neto comentou: "Tem juiz que viaja para o exterior para festa de casamento de advogado e não acontece nada."
Em sua última sessão como conselheiro do CNJ, Tourinho Neto foi o único a votar contra a aposentadoria compulsória do juiz de Picos (PI) João Borges de Sousa Filho.
Tourinho Neto afirmou que tem amizade com advogados, mas que isso nunca influenciou suas decisões. Ele contou que foi juiz no interior da Bahia e que "tomava uísque na casa de um, tomava cerveja na casa de outro".
O conselheiro disse que existe juiz que instala câmera no gabinete para se precaver e posteriormente não ser acusado de beneficiar determinada parte de um processo. "Isso é terrível. Na próxima Loman (Lei Orgânica da Magistratura) vai estar que juiz não pode estar com advogado e nem com Ministério Público", opinou.
Pouco depois, Tourinho comentou sobre a possibilidade de clientes escolherem advogados que são próximos a juízes. "O advogado é amigo do juiz, a parte contratada achando que vai receber benesse", disse. "E às vezes recebe um tratamentozinho privilegiado", rebateu Barbosa. Tourinho reagiu e afirmou: "Mas Vossa Excelência é duro como diabo."
Nos debates, Tourinho chegou a comentar a possibilidade de Joaquim Barbosa se candidatar à Presidência da República no próximo ano. "O juiz, na maioria dos casos, é um acovardado. Vossa Excelência foi endeusado. Quem sabe não será o próximo presidente da República?", brincou. O presidente do CNJ não respondeu.
Recentemente, Joaquim Barbosa envolveu-se em uma polêmica com associações representativas de juízes. O problema ocorreu após o presidente do STF ter concedido uma entrevista a jornalistas correspondentes estrangeiros na qual atribuiu a magistrados brasileiros mentalidade mais conservadora, pró impunidade.
Entidades representativas de magistrados reagiram. Numa nota oficial, afirmaram que não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros. "Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro", afirmaram as associações na nota.