sexta-feira, 20 de maio de 2011

A PRESSA


Francisco Sales Felipe-Advogado

Ao Dr. Moacir – arquiteto do “Poema de Concreto”

É o açodamento da correnteza do rio que leva o canoeiro ao infortúnio. A jararaca-do-tabuleiro no sertão quando corre é certeza de picada. A pressa não só frustra a possibilidade da busca pelo perfeito, mas esconde nas suas entranhas a forma silenciosa dos vícios.

Há pressa! Espera-se por três partidas e isto justifica a pressa. O corpo doente estirado no corredor dos hospitais pode esperar por mais um drible no jogo de interesses. A vida não tem qualquer importância para os jogadores de marreta em punho.

Vai começar o jogo. Quanto pagarei por esse ingresso?

O valor da entrada para assistir a três partidas é a soma de um empréstimo contraído perante o BNDES. E qual a garantia? Imóveis do patrimônio do Estado e direito deste sobre royalities de petróleo. A fonte de todos os recursos – empréstimo e garantia – é sempre a mesma: o patrimônio público.

Não tenha dúvida. Depois dos três espetáculos, o BNDES irá buscar os meios jurídicos para receber os seus créditos. Nesta hora, será o patrimônio do Estado do RN que irá responder pela dívida, visto que foi o Estado que prestou a fiança e renunciou o benefício de ordem.

E a pressa, por quê? A pressa vai servir para atropelar as exigências previstas na lei das licitações.

E qual a participação do Privado neste empreendimento? A certeza do lucro sem qualquer risco, vez que é o fundo garantidor (formado por patrimônio tão somente público) que irá garantir o pagamento do empréstimo.

E qual o retorno para investimento de tal monta? O que se contempla depois de uma partida de futebol: redemoinho de latas vazias e de bagaços de cana, sob a reflexão de uma possível onda acústica: goooooool!

E depois? Alguém poderia afirmar que a bilheteria dos jogos entre ABC, América, Alecrim e Santa Cruz será suficiente para cobrir as despesas com a manutenção do “Arena das Dunas”? Talvez alguém esteja contando com a vinda do U2 para ajudar na manutenção dessa soberba.

E a dívida? Esta é nossa. Some-se, ainda, a esta a circunstância agravante o fato de o tempo não devolver ao homem a oportunidade para correção de seus equívocos.

Caríssimo leitor, no alcance do nosso olhar, o Machadão (patrimônio público) será destruído e no seu lugar erguido o “Arena das Dunas”. O Estado irá despender mais de um bilhão de reais para pôr em execução esta mediocridade. A despeito de a educação pública no nosso Estado ser um barraco de taipa que recebe sobejo orçamentário -  e só quando a súplica não desiste de ficar à porta do senhor orçamento.

Se nada fizermos para impedir essa vaidade de fundo-de-quintal, que constrói a inutilidade para auferir os votos depositados na urna destinatária de tantos desencantos, em breve a história contará as contas da nossa omissão. E a ignorância estará em todo canto expondo as contradições de quem deveria, por ofício e por liderança, indicar outro norte para o nosso Rio Grande do Norte.



MÃO DE OBRA NACIONAL É UM PROBLEMA

Do Jornal da Tarde

Falta de mão de obra no país supera a média mundial




O Brasil está na terceira colocação no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados para preencherem vagas disponíveis e supera a média mundial. A constatação é resultado de pesquisa divulgada ontem pela Manpower, empresa que atua na área de recursos humanos. Para o levantamento, foram entrevistados 40 mil empregadores em 39 países. O índice de empresários brasileiros que dizem não conseguir achar no mercado pessoas adequadas para o trabalho é de 57%.
Segundo a Manpower, o Brasil só perdeu para o Japão, com um índice de 80% de queixas dos empresários, e Índia, com 67%. “Mas o caso do Japão é por causa do envelhecimento da população. Já a Índia tem um problema parecido com o do Brasil, que é uma nação em crescimento sem profissionais qualificados. Mesmo assim, os indianos falam mais inglês do que os brasileiros”, comenta a executiva de recursos humanos da Manpower, Márcia Almström.
A média global de empresários que apresentaram queixas sobre a falta de novos talentos ficou em 34%, ou seja, um em cada três empregadores no mundo encontra barreiras para preencher as vagas abertas.
“Na comparação entre os países, os economicamente desenvolvidos têm menos dificuldades, pois já formaram esses profissionais e como não estão em crescimento, têm baixa demanda por novos talentos”, explica a executiva da Manpower.
Em comparação com a pesquisa feita em 2010, o Brasil passou do segundo para o terceiro lugar no ranking deste ano, quando foram entrevistados 876 empregadores no primeiro trimestre.
No entanto, Márcia não acredita que houve uma melhora na formação de profissionais brasileiros. “O resultado disso é consequência da piora na Índia, pois não vejo grandes mudanças na educação profissional do brasileiro”, avalia.
Profissões
A pesquisa também detalha para quais funções os empresários têm mais dificuldade em encontrar pessoas qualificadas. Tanto em 2010 quanto agora, os profissionais de nível técnico ficaram no topo dos dez cargos mais difíceis de serem preenchidos.
“Por muito tempo o Brasil não privilegiou o ensino técnico e tecnólogo, mas sim o universitário, mas nem sempre de boa qualidade. Essa estagnação reflete neste momento que o País está em crescimento e precisa de gente qualificada para trabalhar”, diz Márcia.
Para o professor de economia da Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Fábio Pereira de Andrade, houve uma desvalorização do ensino técnico por muitos anos no País. “Na época de baixo crescimento da economia não havia demanda por esse profissional. Agora não há nem escolas para formar pessoas capacitadas para atender ao mercado de trabalho”, analisa o docente.
No segundo lugar entre os profissionais mais requisitados estão os engenheiros, que sofreram a mesma depressão de formação e contratação do que os técnicos. “E por ser um curso caro, poucas universidades têm cursos de engenharia e não conseguem formar a quantidade necessária para atender o mercado”, diz Andrade.
Para a executiva da Manpower, o problema de escassez de mão de obra não deve ser superado tão cedo. “Até vejo movimentos de empresas, que já investem em universidades corporativas, e de escolas que querem ampliar suas vagas, mas também é preciso a participação do poder público para que em conjunto esse problema seja resolvido”, afirma. “Senão, vamos continuar importando profissionais de outros países”, completa.

SERVIDOR COM FICHA LIMPA

Do blog do Noblat

Em Minas, servidor terá de comprovar ficha limpa

Exigência vale para ocupantes de cargos comissionados; funcionários têm 30 dias para apresentar documentação.


Pelo menos 17 mil servidores comissionados do governo de Minas Gerais terão 30 dias para apresentar um documento em que se declarem fichas limpas.
O governo estadual publicou ontem o decreto que define novas regras para as nomeações de cargos de confiança em autarquias, fundações e empresas públicas, além de secretários, secretários-adjuntos e subsecretários.
De acordo com a nova legislação, estão impedidas de exercer cargos comissionados no governo pessoas que já tiveram mandato eletivo cassado, contas rejeitadas por irregularidade insanável ou foram condenadas pela Justiça Eleitoral em decisão sem possibilidade de recurso.
Como na Lei da Ficha Limpa nacional, o decreto também barra os condenados por um órgão colegiado da Justiça por crimes mais graves, como contra a ordem tributária, meio ambiente e saúde pública, contra a vida, lavagem de dinheiro e crimes hediondos, entre outros.
O texto traz outras restrições, como a exclusão do quadros de comissionados dos donos de empresas em processo de liquidação judicial ou extrajudicial até um ano antes da indicação para o cargo, sócios de empresas declaradas inidôneas em ação sem chance de recurso, profissionais excluídos do exercício da profissão em decorrência de infração ético-profissional e juízes aposentados compulsoriamente.
O indicado não pode ainda ter, nos cinco anos anteriores, decisão contrária no Conselho de Ética do governo estadual em processo disciplinar.
O decreto assinado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB) começa a valer a partir desta quinta-feira. As declarações deverão ser entregues pelos detentores de cargo aos superiores hierárquicos.
A emenda à Constituição do Estado que permitiu a edição do decreto foi aprovada pela Assembleia Legislativa, por 64 votos a favor e nenhum contra, em dezembro do ano passado.

O FIM DA SACOLA PLÁSTICA

Da Exame.com

4 alternativas à sacolinha de supermercado


São Paulo – Em menos de oito meses, as tradicionais sacolinhas plásticas de supermercados serão passado na cidade de São Paulo. O projeto de lei que proíbe a distribuição e venda dessas embalagens que levam até quatro décadas para se decompor foi aprovado pela Câmara e sancionado pelo prefeito Gilberto Kassab na tarde desta quinta


Outras cidades brasileiras já adotaram essa prática. Na mineira Belo Horizonte, a proibição vigora desde março e na paulista Jundiaí uma ação conjunta das redes de supermercados em parceria com a prefeitura aboliu a sacolinha em agosto de 2010. A medida  entretanto não representa uma sentença de morte para as embalagens plásticas.
Além das ecológicas ecobags, feitas de lona, algodão ou outro material resistente, é possível ainda optar por embalagens plásticas consideradas de menor impacto ambiental, que também podem ser usadas para embalar o lixo de casa. Confira a seguir quatro tipos de plásticos alternativos à sacolinha.
Oxibiodegrável – Ele é talvez o mais popular dos sacos alternativos, mas passa longe de ser o mais sustentável já que também é feito de derivado de petróleo. Ainda assim, as sacolinhas oxibiodegradáveis se decompõem mais rapidamente no solo do que o plástico convencional por trazer em sua composição um aditivo que faz a degradação ocorrer em cerca de 18 meses. Para muitos, essa capacidade de “virar pó” mais rápido não diminui o impacto do plástico no meio ambiente, pois as substâncias nocivas continuariam presentes no solo.

Plástico verde – Também chamado de polietileno verde, esse plástico desenvolvido pela empresa brasileira de petroquímica Braskem é feito a partir da cana - de - açúcar, matéria-prima renovável. Essa inovação tecnológica, além de ajudar na absorção de CO2 da atmosfera no processo de produção, ainda reduz a dependência de fontes fósseis.


De milho – O plástico feito a partir de amido de milho tem a vantagem de ser biodegradável, ou seja, ele agride menos e se decompõe mais rápido na natureza do que os demais. Em apenas quatro ou seis meses, o chamado bioplástico é praticamente exterminado. E assim como o plástico verde, o de milho ajuda a diminuir a dependência de petróleo. Adotadas em Jundiaí, cada sacolinha de amido custa 19 centavos.


Reciclado - Você sabia que o conhecido saco de lixo preto é praticamente 100% reciclado? A vantagem é que ele dispensa recursos não renováveis na sua produção, que também consome menos energia do que se fossem feitos a partir de plástico virgem. No momento do descarte, entretanto, o problema é semelhante ao das sacolinhas de supermercado convencionais.

VIROU WEBHIT

Do uol notícias

"Nota zero para os governantes", diz professora 

que virou hit na internet

“Nota zero para os governantes!”, diz a professora Amanda Gurgel, de Natal (RN), o mais novo hit da internet. Em audiência pública, ela relatou aos deputados potiguares sua situação precária de trabalho na rede pública. O vídeo com o desabafo está entre os assuntos mais comentados no Twitter e já colecionava mais de 100 mil acessos até a manhã desta quinta-feira (19). Amanda já angariou o apoio de 
colegas de profissão no Brasil todo.

A professora apresentou aos políticos seu contracheque de R$ 930. “Com esse salário, os senhores não conseguiriam nem pagar a indumentária que usam para estar aqui”, provoca. “Salas de aula superlotadas, com os alunos entrando a todo momento com uma carteira na cabeça? Não dá”, continua.  


“Essa repercussão do meu depoimento está sendo uma surpresa enorme. Tudo o que eu falei lá nada mais é que uma descrição da rotina de vários professores como eu”, diz ela. No momento, Amanda trabalha em duas escolas da rede pública em Natal, mas está fora da sala de aula desde que adoeceu “por causa das condições estressantes de trabalho”, explica.
Amanda não tem medo de colocar a boca no trombone. Afirma que, se pudesse, diria o mesmo a todos os políticos do país. E convida os colegas de classe a fazer o mesmo. “Eu falaria aos governantes para deixarem de usar essa máscara de pessoas sérias, honestas, e que tratassem os educadores como eles merecem.”

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O QUE ESTÁ ACONTECENDO ?



O governo do RN, gasta uma fortuna em publicidade para dizer que vai reconstruir, quando na realidade, está apenas continuando o que havia sido iniciado, em governos passados.


Uma professorinha do estado, vira celebridade, depois de se pronunciar em uma audiência pública, mostrando o descaso com a educação.
Ela só está sendo menos citada, nas redes socias, do que a prefeita Micarla com os desmandos da prefeitura de Natal.


Um ministro do governo é pilhado pela terceira vez, com envolvimento em algum tipo de ação não muito ética para quem está no serviço público; e não acontece nada.


Aqui no RN, policiais estão em greve, empresas da administração indireta estão em greve, médicos anunciando greve, secretários avisando que podem deixar o governo, eu pergunto: Vão demolir o Machadão ou o governo ?

CHUTE

Geraldo Batista chutando o pau da barraca !

Depois de ler a matéria em o Jornal de Hoje: "UFRN aprovou obra que defende fala popular e erros de português", preciso mandar um recado para o Reitor Ivonildo Rego: "Magnífico Reitor, a gente sabemos que o senhor feis uma grande administrassão, mas num precisava aprovar essa porcaria na sua saída. Nóis agora acha que num precisa mais curso de Língua Portuguesa nem redassão no vestibulá, pruquê pra escrevê errado nós se defende sem aprendê mermo.
Essa tese de que não aceitar a fala e a escrita erradas é preconceito é pura idiotice e defesa da ignorância. O professor Onofre Lopes, criador da nossa gloriosa UFRN deve está se revirando no túmulo, ele que sempre respeitou a língua de Camões.
Geraldo Batista.

OS PÁSSAROS VOLTARAM

Enviado por Sergio Câmara
Crônica de Ormuz Barbalho Simonetti


Na minha infância, na cidade de Natal, recordo que gostava de admirar, nas manhãs ensolaradas, uma grande diversidade de pássaros que cantavam nos pés de ficus benjamim que adornavam e arborizavam a Av. Deodoro da Fonseca, onde residia com minha família na casa de número 622. Cantavam e nidificavam naquelas árvores, entretanto, eram bem mais “ariscos” dos que os de hoje. Naquela época, os garotos se divertiam puxando “carrinhos” feitos com latas de leite vazias que eram cheias com areia, ou com carros feitos de madeira que eram confeccionados por nós mesmos. A madeira era obtida no antigo Armazém Natal que ficava na esquina da Av. Rio Branco com a Rua Ulisses Caldas. Esse tipo de trabalho de fazer os próprios brinquedos ajudava a desenvolver a criatividade e a habilidade com as primeiras ferramentas, além do apego e amor aquele brinquedo. Os carros ou caminhões mais sofisticados tinham as rodas cobertas com tiras de borracha e os feixes de molas eram feitos com aspas de ferro, muito utilizadas na época, nas embalagens que chegavam ao comércio. Também brincávamos de bolinhas do gude (bolinha à vera!); com rodas de ferro, que eram empurradas e equilibradas com um arame de ponta envergada etc., porém, o brinquedo mais utilizado eram as temidas baladeiras.
Estilingue ou baladeira compunha-se de um gancho de madeira em forma de Y que eram retirados de árvores como o fícus Benjamin e das goiabeiras, considerados os melhores. Nas extremidades superiores amarravam-se duas tiras de borracha com média de 20 cm de comprimento por 1,5 cm de largura, retiradas de velhas câmaras de ar ou compradas no antigo mercado municipal na Av. Rio Branco, onde hoje funciona o Banco do Brasil. Na outra extremidade as tiras eram presas a um pedaço de couro ou sola, que conseguíamos com um antigo sapateiro que tinha sua oficina na Rua Princesa Isabel. A baladeira era um brinquedo possuído e desejado pela maioria dos garotos daquela época. Tinha lugar de destaque nas perigosas guerras que fazíamos contra meninos de outras ruas. Por exemplo: Av. Deodoro versus Rua Felipe Camarão. Av. Deodoro contra a Travessa Camboim, do temido “Canteiro”, famoso personagem que metia medo nos garotos da época, por ser muito brigão, e diziam que sempre andava armado com um canivete.
Nesses combates utilizávamos seixos (pedra rolada) que considerávamos “munição real”. Quando a disputa era apenas diversão entre meninos da Av. Deodoro, utilizávamos apenas munição de “festim” que era os frutos ainda verdes da mamona – carrapateira -, muito abundantes nos terrenos baldios e que nunca machucavam, pois só podiam ser atiradas a distâncias consideradas seguras. Mas, aqui confesso envergonhado “mea culpa”, pois, também a utilizei em diversas ocasiões, contra as indefesas aves, pois, o único pecado que elas cometiam era cantar. E ao fazê-lo, eram facilmente localizadas entre as folhagens das árvores e abatidas com as certeiras pedras que atirávamos pelo simples fato de testar a pontaria, nas inconseqüentes brincadeiras de criança.
Naquela época as residências costumavam ter em seus quintais, além dos galinheiros onde as “penosas” eram cevadas para os dias de festa ou daquela visita inesperada, muitas árvores frutíferas. Pitombeiras, abacateiros, sapotizeiros, mangueiras, mamoeiros, goiabeiras, só para citar as mais comuns. Devido à grande quantidade dessas árvores, esses quintais eram freqüentados por pássaros que, na amanhecência do dia, nos despertava com seus gorjeios melodiosos.
Na década de 70, por volta dos anos de 1973/74, nossa fauna local sofreria uma grande mudança. Nessas mesmas árvores já podiam ser vistos os famigerados pardais. Inicialmente em casais, e pouco tempo depois em enormes bandos. Fui apresentado a esses pequenos predadores, quando ainda morava no Rio de Janeiro, onde iniciei minha vida profissional, no Banco do Brasil.
A chegada desses pássaros em nossa cidade, a exemplo do que aconteceu em outras cidades do nosso país, constituiu-se num verdadeiro desastre para nossa fauna alada de pequeno porte. Infelizmente, na época, ainda não havia esse apelo ecológico em defesa da natureza, sua fauna e flora. Porém, tenho minhas dúvidas que se o fato tivesse ocorrido em nossos dias, algo fosse feito para evitar o desastre diante de todas as agressões sofridas pela natureza, que diariamente presenciamos por esse Brasil a fora.
Predadores destemidos, obstinados, oportunista e territorialistas, os pardais não demoraram a expulsar de nossas árvores, a grande maioria dos pássaros de seu porte, e até mesmo os de porte mais avantajado, como os anuns.
Esse predador da espécime (Passer domesticus) que tem origem européia foi trazido para o Brasil no início do século XX, e teve como porta de entrada a cidade do Rio de Janeiro. A sua introdução tinha como objetivo de reduzir a proliferação de moscas e mosquitos que infestavam a cidade. Apesar de também serem predadores de insetos, a base de sua alimentação se constitui de grãos, o que resultou na pouca eficiência no controle da população desses invertebrados. Essa decisão precipitada e irresponsável que introduziu em nosso território, uma espécie endêmica do continente europeu, sem as devidas avaliações do impacto que causaria, constituiu-se num verdadeiro desastre para nossa fauna.
Na luta por territórios, os pardais utilizam várias técnicas para expulsar seus concorrentes. Uma delas se constitui no ataque em bandos, deixando suas vítimas em desvantagem numérica e obrigando-os, conseqüentemente, a fuga. Praticam, também, a invasão de ninhos e destruição dos ovos não eclodidos ou simplesmente a matança dos filhotes recém-nascidos. Como os pardais são aves com hábitos urbanos, e convive bem com a presença do homem, é bem possível que nossos pássaros, que não pereceram diante dos invasores, tenham encontrado refúgio seguro nas matas que cobrem as dunas que circundam parte de nossa cidade.
Entretanto, como a natureza é sábia e quase sempre resolve os problemas causados pela bestialidade dos homens, ao longo dos anos nossos pássaros foram se adaptando a presença do invasor e aprendendo a se defender com maior eficiência, e assim conseguiram conviver com os invasores.
Há algum tempo, todas as manhãs, caminho com um grupo de amigos pela Av. Rodrigues Alves. Sinto-me feliz em observar que há alguns anos os pássaros estão voltando para nossas árvores. Ao contrário da década de 70, é bem inferior o número de pardais encontrados. Durante as caminhadas vemos muitas rolinhas andarem em nossa frente à cata de pedrinhas e migalhas, sem temer os transeuntes. Ficaram tão mansinhas que às vezes precisamos desviar o caminho para não pisá-las. Em frente à capela de São Judas Tadeu, no final da Av. Rodrigues Alves, as inúmeras rolinhas empoleiradas nos fios da rede elétrica, lembram as linhas de uma partitura musical com todas as notas de um brasileiríssimo chorinho, quem sabe, o Tico-Tico no Fubá.
Os Bem-ti-vis, sanhaços, anuns, sibites, rouxinóis, colibris e até os bico-de-lacre, que são pássaro endêmico do continente africano, mas que não tem causado nenhum dano a nossa delicada fauna alada, desfilam por entre as árvores de nossa cidade cantando animadamente, para o deleite dos que cedo madrugam.
A mansidão e a excelente proliferação dessas aves devem-se, principalmente, a consciência ecológica despertada “ainda que tardia”, e atualmente muito valorizada. Infelizmente em nome dessa bandeira, alguns fanáticos têm cometidos excessos o que terminam por prejudicar toda a comunidade. Mas essa mesma tranqüilidade, também se deve ao desaparecimento dos tais meninos munidos com suas terríveis baladeiras.
Um dia resolvi trazer um pedacinho dessa natureza livre, pra dentro da minha morada. Comprei um alimentador de beija-flor, enchi-o com uma mistura de água com açúcar, coloquei na sacada do meu apartamento, e pacientemente esperei. Ao fim do quinto dia tive a alegria de receber o primeiro visitante. Era um beija-flor de cor negra, chamado popularmente de tesourão, pois, tem suas penas da calda em forma de tesoura. A partir desse dia, a todo instante, recebo a visita de várias espécimes, de tamanho e plumagens variadas. É uma delícia para os olhos e a mente. Depois de algum tempo de observação, já posso identificar cada um dos visitantes e até mesmo nominá-los.
Hoje, sempre que entro em casa logo me sento na varanda para observa esses pequenos seres alados que, além de desempenhar importante papel na polinização das plantas, se constitui numa das mais belas criação da natureza.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ERROS DE GRAMÁTICA


Do correio do Brasil

Buarque critica livros didáticos que admitem ensino com erros de gramática

O senador Cristovam Buarque é um nome de referência na educação brasileira

Em discurso nesta segunda-feira, no Plenário, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou livros didáticos autorizados pelo Ministério da Educação (MEC) que admitem o ensino da língua portuguesa com erros de gramática. Assim, de acordo com o senador, o Brasil vai criar duas línguas: o Português dos condomínios e dos shoppings e o Português das ruas e dos campos.
- Permitir a criação de dois idiomas é quebrar o que há de mais substancial na unidade de um povo – afirmou.
O senador criticou o argumento de que é preciso quebrar o preconceito contra aqueles que não falam bem a língua oficial e afirmou que o ideal é ensinar a todos o português correto. Para Cristovam Buarque, o povo e a elite precisam aprender a língua oficial e sem erros. O senador lembrou que nos concursos públicos e vestibulares não são aceitos os erros degramática.
- Não se trata de sotaque, nem de vocabulário, mas de gramática. Permitir duas línguas é fortalecer o apartheid brasileiro – disse o senador.
Cristovam Buarque manifestou desaprovação com o que chamou de “criatividade brasileira em relação às políticas sociais”. Segundo o parlamentar, essa tendência vem de há muito tempo, como com a publicação da Lei do Ventre Livre no lugar da abolição completa da escravatura, ainda no século 19. Para o senador, o vale-transporte e o vale-refeição são necessários porque não há um salário digno, que seria a verdadeira conquista do trabalhador.
O parlamentar declarou ainda que não é contrário à Bolsa Família, mas o “ideal seria que o programa não fosse necessário”. Cristovam disse também que as políticas sociais “fazem de conta” que os problemas são resolvidos.
- Tudo isso é pra não enfrentar o problema no seu âmago e na estrutura da sociedade brasileira – apontou.

OS 18 DO MACHADÃO


Leonardo Sodré
Jornalista e escritor


No sábado, 14 de maio, o estádio Machadão recebeu 18 combatentes que defendem a sua manutenção e lutam contra sua derrubada. Assim como a famosa revolta dos 18 do Forte, em 06 de julho de 1922, quando apenas 18 militares se insurgiram contra o presidente eleito do Brasil, Artur Bernardes, no meio da rua, essas poucas pessoas mostraram a cara e suas armas: cartazes e discursos.

Da mesma forma como os 18 do Forte de Copacabana, os 18 do Machadão tinham por trás de si um batalhão de pessoas, muito mais do que os 301 que haviam no Forte de Copacabana. Naqueles dias duros da República Velha, 272 militares debandaram e o restante saiu pelas ruas, depois do forte ter sido intensamente bombardeado, sendo que quando entraram na Avenida Atlântica, somente 18 saíram de peito aberto para uma batalha desigual contra mais de três mil homens do governo. Dos 18, apenas Eduardo Gomes e Siqueira Campos sobreviveram.

Os 18 do Machadão estão vivos. Foram atingidos apenas pela debandada dos muitos que são contra a derrubada do estádio, incluindo aí dirigentes de clubes e ex-cartolas que se manifestaram anteriormente contra isso. Foram atingidos também pelo desconhecimento das autoridades responsáveis pela derrubada do Machadão, que insistem em não enxergar os pedidos de manutenção da praça esportiva.

São, para os governos estadual e municipal, que não estão preocupados com a preservação e a memória de Natal, uns pobres fantasmas que rondam um patrimônio prestes a ser destruído em nome do desenvolvimento econômico.

Os 18 do Machadão caminharam com altivez.

Fazendo uma comparação da foto de Moacir Gomes – arquiteto que projetou o Machadão - dando à volta olímpica a frente do grupo, sua altivez e a seriedade de como os abnegados enfrentaram a chuva e o desprezo de muitos, com a foto dos 18 do Forte de Copacabana, dá para entender o espírito de luta daqueles que enfrentam uma batalha incomum e desigual.

Como já escrevi antes, os 18 do Machadão, a exemplo dos 18 do Forte de Copacabana, poderiam não alcançar nenhuma vitória. Não poderiam mesmo ir contra os poderosos que decidiram destruir um bem público em nome da p0ssibilidade de uma “arena” que irá abrigar grandes jogos após a Copa do Mundo de 2014.

Os 18 do Machadão caminharam em direção a História, assim como os 18 do Forte de Copacabana também o fizeram. Hoje os 18 do Forte de Copacabana são reconhecidos como heróis. Os 18 do Machadão entrarão na História do Rio Grande do Norte como revoltosos. Hoje ridicularizados por muitos. No futuro servirão de exemplo.

Maio/2010.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A MUVUCA DE GUARULHOS

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Você sai de Natal, passa mais de três horas dentro de um avião, chega em São Paulo e é jogado dentro de um ônibus, que mais parece uma lata de sardinhas (fotos), para desembarcar no terminal de passageiros.

Na sala de desembarque, onde existem as esteiras para recolher as malas, as filas se formam na frente dos banheiros, que são muito parecidos com sanitários das rodoviárias ou de restaurantes das margens de rodovias.

Este é o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo, o maior do Brasil.

Eu pergunto, este é o aeroporto que irá receber milhares de turistas em 2014, para a copa do mundo ? Ou este descaso é apenas no terminal doméstico que é diferenciado do terminal internacional ? De uma forma ou de outra, está tudo errado e deverá ser tomada uma medida radical, sob pena de entrar em colapso, o maior terminal de passageiros do país.


HOMEM SEGUNDO FERNANDA MONTENEGRO

Enviado por Rose Flor
Texto interessante atribuído a Fernanda Montenegro e que transcrevo aqui.

O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.
Tive apenas 1 exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:
1. Habitat
Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.
2. Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantêm viçosos, felizes e realizados durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não o deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca. Homem não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.
3. Carinho
Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.
Se você quer ter a fidelidade e dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.
4. Respeite a natureza
Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros?
Case-se com uma Mulher.
Homens são folgados. Desarrumam tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam shoppings. Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.
5. Não anule sua origem
O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apóie.
6. Cérebro masculino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino.
Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos!).
Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.
Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade.
Alguns vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele...
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios. Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si mesma.
E Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim. Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.
Com carinho,
F. M.

domingo, 15 de maio de 2011

FICHA LIMPA



Do Radar Político-Estadão


A Lei da Ficha Limpa mobilizou milhões no País. Conseguiu aprovação no Congresso em tempo considerado recorde e fez Joaquim Roriz renunciar à candidatura pelo governo do Distrito Federal. Após um ano da sua aprovação na Câmara, a lei acumularia só boas notícias não fossem as dúvidas jurídicas que ela carrega. Se não forem respondidas logo, há quem defenda que a Ficha Limpa passe a acumular frustrações. “A lei e nada será a mesma coisa”, sentencia o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante.
Ao deixar para as eleições de 2012 a aplicação da lei, o Supremo Tribunal Federal (STF) supreendeu o eleitorado, mas não concluiu o debate. Falta resolver ainda se a Ficha Limpa pode barrar políticos com processos julgados antes da sanção da lei e aqueles com processo sem trânsito em julgado. No último caso, entra em debate a chamada presunção de inocência. Pela Constituição, ninguém é culpado ou pode sofrer pena até que não caiba mais recursos à decisão. “Se esses dois pontos não forem julgados constitucionais, a lei não terá eficácia”, considera Ophir Cavalcante.

DIFÍCIL REELEIÇÃO



Do Blog do Noblat

Renata Lo Prete, Folha de S. Paulo
Prefeitos que saíram da marcha em Brasília com as mãos mais vazias do que nos anos Lula projetam dificuldades para se reeleger ou emplacar seus candidatos em 2012. Alegam que o aperto fiscal ordenado por Dilma Rousseff atingiu em cheio as administrações.
Muitos estão com as avaliações despencando.
Diante da incerteza macroeconômica e da perspectiva de reajuste de 13% no salário mínimo em janeiro, fruto de política aprovada pelo Congresso, os prefeitos temem chegar à campanha ainda mais sobrecarregados. E já reconhecem que a taxa de reeleição de 2008, de quase 70%, dificilmente se repetirá.