sábado, 15 de outubro de 2011

ACABOU A GREVE DOS BANCOS

Terra

Bancos e grevistas chegam a acordo para encerrar greve


A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) chegaram a um acordo salarial na noite desta sexta-feira para encerrar a greve dos bancários, que já dura 18 dias. A Fenaban apresentou proposta de reajuste de 9% (com ganho real de 1,5%) a partir de 1º de setembro de 2011 e o comando da greve recomendou a aprovação da proposta pelas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos na segunda-feira, em todo o País.
A proposta, segundo a Fenaban, assegura aumento real pelo oitavo ano consecutivo. O piso salarial para bancários que exercem função de caixa passa para R$ 1,9 mil, para jornadas de seis horas. Para a função de escriturário, o piso salarial passa para R$ 1,4 mil. Na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), houve aumento da parcela adicional de R$ 1,1 mil para R$ 1,4 mil, e do teto da parcela adicional de R$ 2,4 mil para R$ 2,8 mil.
Os outros benefícios ficam reajustados da seguinte forma, informou a federação: o auxílio refeição sobe para R$19,78 por dia; a cesta alimentação passa para R$ 339,08 por mês, além da 13ª cesta no mesmo valor. O auxílio creche mensal de R$ 284,85 por filho até 6 anos.
Na avaliação do Comando Nacional dos Bancários, a proposta atende às principais reivindicações dos bancários. "A proposta traz avanços importantes e é uma conquista da greve nacional da categoria, a mais forte em duas décadas, que mobilizou trabalhadores de bancos públicos e privados por 17 dias, chegando a paralisar 9.254 agências em todo o país e forçou os bancos a mudarem de posição", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.
Segundo a Contraf, os dias de paralisação não serão descontados e serão compensados até o dia 15 de dezembro. As negociações de temas específicos do Banco do Brasil e da Caixa Economica Federal ocorrem ainda neste noite.
O acordo foi comemorado também pela Fenaban. "Este foi um processo de negociação bastante longo, mas que finalmente levou a um acordo entre as partes, construído na mesa de negociação", disse o diretor de Relações do Trabalho da Federação, Magnus Apostólico.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

JORNAIS IMPRESSOS

Estadão

Jornais têm queda na circulação, mas ainda alcançam mais pessoas que internet



SÃO PAULO - A circulação de jornais no mundo caiu no ano passado, mas ainda assim esse meio de comunicação alcança mais pessoas do que a internet, diz uma pesquisa da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês).
Os jornais impressos diários tiveram uma queda de 2% na circulação, de 528 milhões em 2009 para 519 milhões em 2010. Esses veículos são lidos por 2,3 bilhões de pessoas no mundo, um número 20% maior do que o 1,9 bilhão de pessoas que a internet alcança.
No mundo, os jornais gratuitos foram os que tiveram uma queda maior na circulação, passando de 34 milhões em 2008 para 24 milhões em 2010.
"A circulação é como o sol. Está subindo no Oriente e caindo no Ocidente", compara o diretor executivo da WAN-IFRA, Christoph Riess. Ele apresentou a pesquisa anual no Congresso Mundial de Jornais e no Fórum Mundial de Editores, em Viena, Áustria.
A pesquisa ateve-se a 69 países que correspondem a 90% do mercado global de jornais em termos de receita de vendas e anúncios.
O estudo apontou as seguintes conclusões:
- Os padrões de consumo de mídia variam amplamente no mundo. A circulação de impressos é cada vez maior na Ásia, mas há queda em mercados maduros no Ocidente.
- O número de títulos está se consolidando globalmente.
- A principal queda está em diários gratuitos.
- Para os anunciantes, os jornais estão mais eficientes e eficazes do que outras mídias em termos de tempo de anúncio.
- Jornais atingem mais pessoas do que a internet. Em um dia típico, jornais alcançam  20% mais pessoas em todo o mundo do que a internet.
- Receitas da publicidade digital não estão compensando a receita de anúncios perdidas na mídia impressa.
- As mídias sociais estão mudando o conceito e processo de coleta e disseminação de conteúdo. Mas o modelo de receita para as empresas de notícias, no segmento de mídias sociais, continua não sendo encontrado.
- O negócio de publicação de notícias exige constante atualização, monitoramento, síntese e edição da informação.
- O novo negócio digital não é o tradicional negócio do jornal.
América Latina em alta
O estudo apontou que a circulação de jornais aumentou na Ásia (7%) e na América Latina (2%), mas caiu na Europa (2,5%) e nos Estados Unidos (11%).
O país em que os jornais têm maior penetração é a Islândia, em que 96% das pessoas leem diários impressos. Em seguida, aparece o Japão (92%), Noruega, Suécia e Suíça (82%), Finlândia e Hong Kong (80%).
Receita
A televisão é o meio que mais obtém receita com anúncios publicitários (US$ 180 bilhões no mundo). Em segundo lugar estão os jornais, com US$ 97 bilhões, a internet, com 62 bilhões, as revistas (US$ 43 bilhões) e o rádio (US$ 32 bilhões).
No entanto a circulação de jornais caiu e a internet cresceu a uma taxa mais rápida do que a televisão.
Na média dos países analisados, as pessoas dedicam à leitra de jornais 8% do tempo que elas destinam a meios de comunicação em geral. Mesmo assim, a receita obtida pelos jornais equivale a 20% de toda a receita dos meios de comunicação.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MEU NOVO AMOR


Geraldo Batista


            Quando a conheci, estava desnutrida, a pobrezinha. Penas e braços finos, quase sem se manter em pé. Sua cabeça pendia em direção ao chão. Tinha “cabelos” muito secos sem brilho. Apesar disso, me apaixonei por aquela menina moça. Resolvi ajudá-la a se recuperar. Minha primeira providência foi matar sua sede e ampará-la para que não caísse. Dei-lhe um cajado para se mantivesse em pé com toda firmeza. Tomei providências para que ficasse bem alimentada.     Com a chegada do calor, tornou-se viciada em água. Consome mais de dez litros por dia, de segunda a segunda. Não me dá folga. Mesmo sabendo que ela não me escuta, converso com ela duas vezes por dia quando lhe levo água. Agora, sua “cabeleira” ganhou brilho e novos cachos estão nascendo. Espero que em breve suas pernas engrossem e seus braços ganhem mais vigor. Querem saber onde ela mora? No primeiro canteiro após a Rua Rui Barbosa, na Alexandrino de Alencar. Atende pelo nome de Craibreira. Espero que na próxima primavera ela me presenteie com algumas flores amarelas. Faço votos para que os homens da Prefeitura a deixem em paz. Não passo de um velho apaixonado pela mãe natureza. Essa é a segunda árvore que recupero. A primeira é hoje um lindo flamboyant que estava literalmente no chão.
P.S. Estou muito decepcionado com a possibilidade de o novo aeroporto ser mais um aeroportuzinho. Nossa vocação para “piotários” é uma maldição. Geraldo Batista.


VITAMINA C

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A vitamina C seu lado bom e seu lado ruim

Você se lembra daquela propaganda onde o sujeito espirrava e logo em seguida alguém falava: vitamina C e cama. Pois é, de lá para cá o consumo de vitamina C se multiplicou em todo o país. O medo de contrair gripe faz com que homens e mulheres consumam doses “industriais” de vitamina C. Além disso, o medo do envelhecimento e a suposta proteção da vitamina C estimulam seu consumo.
Com o aumento da poluição, muitos se preocupam com o aparecimento dos primeiros sintomas da gripe. O ar seco e o excesso de poluentes favorecem os aparecimentos dos distúrbios respiratórios que podem culminar com a gripe. Com este receio diversas pessoas passam a fazer o consumo exagerado de suplementos contendo a vitamina C. A deficiência no consumo de vitamina C produz uma doença chamada de escorbuto.
O fato é que a dose diária recomendada desta vitamina é de 60 mg e possui efeitos nutricionais bem conhecidos. Doses elevadas de Vitamina C podem ser indicadas como auxiliar na recuperação pós-cirúrgica e na prevenção de infecções do trato respiratório superior. Entretanto, essas doses devem ser consumidas com muita cautela.
A ingestão crônica de doses elevadas de vitamina C resulta em sobrecarga renal. A vitamina C é filtrada pelos rins tendo como subproduto o oxalato de cálcio que é responsável por um tipo de cálculo renal. Assim, doses maciças de vitamina C devem ser cuidadosamente consumidas, seguindo rígido controle de profissional de saúde.
O consumo mais seguro de vitamina C é então a ingestão de alimentos fonte deste nutriente. Destacam-se a acerola, a laranja e limão. Ao ingerir através dos alimentos teremos menor possibilidade de alcançar concentrações elevadas de vitamina C no organismo que possam produzir de alguma forma prejuízo a saúde.



O LEILÃO DO JUVENAL LAMARTINE

Enviado por Leonardo Arruda
Carlos Roberto de Miranda Gomes


Li nos jornais locais, que a Senhora Governadora do Estado havia declarado a venda do velho estádio do Tirol – o Juvenal Lamartine, através de “leilão” para, com o recurso obtido dessa transação, construir um novo hospital.

Estranhei tal proclamação pública, sem um respaldo jurídico, haja vista alguns aspectos relevantes da questão, os quais agora enfatizarei.

Primeiro, na conformidade da legislação vigente (Lei 8.666/93), as alienações de imóveis do patrimônio público dependem de: a) autorização legislativa; b) avaliação prévia; e c) através da modalidade CONCORRÊNCIA.

“Seção VI - Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: ...”

As exceções estão definidas no art. 19: “ Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. “ (fiz os grifos)

Ademais disso, dois outros questionamentos precisam ser esclarecidos – o Juvenal Lamartine foi arrolado como do elenco de bens do “fundo garantidor” da construção do Arena das Dunas?; o referido estádio do Tirol foi tombado como do Patrimônio Histórico”?

Fato semelhante aconteceu no governo Fernando Freire em que foi publicado ato convocatório (leilão) de imóvel do DER localizado na Av. Prudente de Morais e eu, na época, Controlador Geral do Estado fiz intervenção no sentido de sua ilegalidade, com os mesmos fundamentos acima referidos e o procedimento foi desfeito.

Em que pese, do ponto de vista do binômio – custo x benefício, tratar-se de negócio jurídico viável, de inegável despesa pública legítima, há que se examinar, com as cautelas devidas, a questão jurídica.

Minha advertência é feita como cidadão e com respaldo no controle social permitido pelos instrumentos legais mais importantes em vigor, como a Constituição da República, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei das Licitações e Contratos e tem a finalidade de colaboração.

Com a palavra a área jurídica do Estado, a Controladoria Geral do Estado, o Tribunal de Contas,o Ministério Público Estadual, sem embargos da manifestação de outros órgãos da sociedade civil, como a OAB/RN e o CONSOCIAL.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DEMOCRACIA POLÍTICA E NOVO REFORMISMO


Eliane Cantanhêde: "Como está caro!"

Dias atrás, a Mira, que trabalha comigo há 20 anos, foi se indignando com as compras do supermercado, uma a uma: "Nossa! Como está caro!". E arrematou: "Minha família está reclamando que o preço de tudo está subindo".

Os dados oficiais confirmam essa percepção popular: o IPCA, principal índice de preços do país, mostra que a inflação aumentou 7,31% nos últimos 12 meses. É o maior índice desde maio de 2005, muito superior ao teto (6,5%) da meta de inflação determinada pelo governo.

O maior peso foi das passagens aéreas, mas os alimentos da mesa de todo dia e de quase todas as faixas de renda vieram logo depois: feijão carioca, açúcar, frango e leite.

Talvez esteja aí a explicação, aliada ao fator político, das greves que pipocam pelo país, sobretudo no setor público, depois dos oito anos de marasmo da era Lula. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, professores, eletricitários... Sem falar dos petroleiros, que ameaçam parar no dia 19, e do Judiciário, que pressiona por aumento.

O ambiente pode até ser "praticamente de pleno emprego", como disse Dilma em Nova York, mas não é de tranquilidade. De um lado, crise na Europa e nos EUA, corte de R$ 50 bi no Orçamento, inflação fora de controle. De outro, categorias e cidadãos sentindo o aumento de preços, reclamando do salário no fim do mês e se rearticulando.

Quando a economia vai bem, a política vai bem. Quando começa a tremelicar, o reflexo na política pode até tardar, mas não falha. Dilma que abra o olho e aja enquanto é tempo. Inflação alta, trabalhador parado e povo na rua costuma ser uma combinação explosiva para qualquer governo, em qualquer época.

O BC está na berlinda, enquanto o ex Henrique Meirelles, considerado um sucesso, mas magoado com Dilma, pula no PSD e na política.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

GARI - TESE DE MESTRADO



Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social. 

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou um mês como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo.


Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'.


Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior liçãode sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, podesignificar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica opesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano.'

Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço.

Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro.

Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi.Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?

Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central.

Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. 

Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu.
Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de um mês trabalhando como gari? Isso mudou?Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.E quando você volta para casa, para seu mundo real?Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está

inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.

Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa.
Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.

Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe.
Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo
nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

domingo, 9 de outubro de 2011

PCC NO NORDESTE

Uol

PCC ganha força no Nordeste com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro





A explosão da violência do Nordeste nos últimos anos é marcada por um fenômeno recente, mas que se tornou um dos maiores desafios para a segurança pública: as organizações criminosas do Sudeste que montaram “filiais” do crime na região. Primeiro, a maior preocupação era com o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Hoje o problema responde basicamente por três letras: PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo.
Investigações das polícias estaduais e da Polícia Federal indicam uma atuação marcante do grupo paulista, já apontado como responsável pela distribuição de boa parte da droga que chega à região e da lavagem de dinheiro. Sete Estados do Nordeste prenderam, este ano, integrantes do PCC. Apenas no Piauí e no Rio Grande do Norte não houve registros --coincidentemente os dois Estados com a menor e a terceira menor taxa de homicídios do Nordeste, respectivamente.

Por serem mais pobres e de estruturas policial e judicial precárias, os Estados nordestinos passaram a viver estatísticas ainda piores que as encontradas no Rio de Janeiro e em São Paulo nos anos 90.
Para especialistas, com o “aperto” policial no Rio e em São Paulo --que dominavam o ranking de violência--, os grupos criminosos subiram no mapa nacional e ramificaram a atuação onde o aparelho estatal se aparentava mais frágil. Hoje, o Nordeste tem a maior taxa de homicídios entre as cinco regiões do país.
Entre 1998 e 2008, segundo dados do Mapa da Violência, do Ministério da Justiça, o Nordeste viveu aumento de 78% na taxa homicídios para cada 100 mil habitantes, que saltou de 18,5 para 32,1. O país fechou 2008 com média de 24. Nesse período se multiplicaram casos de investigações que apontaram atuações de grupos criminosos de outras regiões no Nordeste.

Atentados suspeitos


O último episódio que chamou a atenção das autoridades ocorreu no Rio Grande do Norte. Na tarde do último dia 16 de setembro, sete ônibus e um veículo de transporte complementar foram atacados por homens armados, que picharam os carros com a sigla PCC e, em seguida, incendiaram parcialmente os veículos. Ninguém ficou ferido.
Apesar dos atentados coordenados e que pararam Natal por uma tarde, o Estado afirma que não se trata ainda de uma prova da atuação do PCC. "Não temos criminosos representando grupos, temos alguns oportunistas que se dizem membros de facções, porém, não localizamos suas ramificações. Os serviços de inteligência das Polícias Civil, Militar e da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, com o Sistema Penitenciário, monitoram toda e qualquer movimentação de grupos ou criminosos que se dizem ligados a estes", informou o secretário potiguar Aldair da Rocha.

Prisões


Sete Estados nordestinos registraram prisões de integrantes do PCC em 2011, alguns considerados líderes do tráfico de drogas. Foi o caso da Bahia. Em junho, o Estado lançou m baralho com fotos dos criminosos mais procurados. Até o dia do lançamento, o “ás de ouro” era Fagner Souza da Silva, o “Fal”.
Segundo a Polícia Civil baiana, ele era responsável pela conexão com PCC para o tráfico de drogas no Estado. Poucos dias depois, a polícia também prendeu Wellington Santana Leal, apontado à época como elo do PCC na distribuição da cocaína na região metropolitana de Salvador.
Em Pernambuco, a Polícia Federal confirmou a atuação do PCC durante a operação Retomada, deflagrada em fevereiro. A ação, que contou com 16o policiais, desarticulou um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que atuava no sertão de Pernambuco e do Ceará. Treze pessoas foram presas, sendo uma delas a que fazia o elo com a organização criminosa paulista.
Já no Ceará, Alexandre de Sousa Ribeiro e Francisco Fabiano da Silva Aquino eram considerados acusados de integrarem umas das quadrilhas mais perigosas do Estado. Eles foram presos em março, no Estado do Maranhão. Segundo a polícia cearense, eles enviavam 20% do que arrecadavam com crimes para o PCC. Em contrapartida, a dupla recebia apoio logístico do grupo para atuar na região Nordeste.

ADOÇANTES SÓ COM RECOMENDAÇÃO MÉDICA

Tatiana Piva - Jornal da Tarde

São muitas as pessoas que usam adoçante no lugar do açúcar - Roberto Douglas/Divulgação

SÃO PAULO - São muitas as pessoas que usam adoçante no lugar do açúcar. Há quem siga recomendação médica para isso e há também quem tenha se acostumado a consumir o produto apesar do gosto diferente. Poucos, no entanto, sabem quais são os tipos de edulcorantes existentes, qual é a ingestão diária recomendada ou se a prática faz mesmo bem à saúde.

Se depender das orientações da cartilha Adoçantes - Tire suas Dúvidas, recém-lançada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres, Diet & Light (Abiad), o consumo do produto não faz mal algum. Embora tenha o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), especialistas ouvidos pelo JT recomendam cautela ao "acatar" todas as orientações constantes no material.

"Adoçantes são produtos artificiais criados em laboratórios e que, não sendo naturais, podem causar alterações no organismo humano", alerta a nutricionista Daniela Jobst, membro do Instituto de Medicina Funcional dos Estados Unidos e do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Adriana Alvarenga, nutricionista membro da equipe técnica responsável pela elaboração do material, rebate. "O objetivo da cartilha é conscientizar a população e deixar o assunto mais esclarecido."
Na opinião de Daniela, a indicação de adoçante na dieta varia de acordo com a filosofia de trabalho de cada médico. "Alguns se importam mais com a quantidade de caloria e indicam o adoçante independentemente dos prejuízos futuros que ele pode causar. Substâncias químicas causam um processo inflamatório. E inflamar é juntar gordura", salienta.
A observação se baseia em estudos recentes. Um deles, da Escola de Medicina da Universidade do Texas, concluiu que quanto mais se toma refrigerante diet, mais há risco de engordar. Os refrigerantes são os que mais contém aspartame, substância que também está em alguns adoçantes.
"Sou totalmente contra o aspartame", diz o endocrinologista e nutrólogo Mohamad Barakat, citando estudos que associam seu uso a algumas doenças. "O que ocorre com o uso prolongado é uma alteração na papila que manda mensagem para o cérebro. Isso faz com que a pessoa queira consumir cada vez mais coisas doces, gerando obesidade e até síndromes metabólicas."
lista ARTIFICIAIS
link Aspartame: o mais utilizado. Adoça 200 vezes mais que a sacarose. Contra indicado para pessoas que sofrem de fenilcetonúria
link Sacarina: o mais antigo adoçante é comum em alimentos, cosméticos e medicamentos. Adoça 500 vezes mais que a sacarose. Deixa sabor residual na boca
link Ciclamato: utilizado em alimentos, mas proibido em alguns países por provocar efeitos cancerígenos e alérgicos. Adoça 50 vezes mais que a sacarose
link Sucralose: comum em produtos esterilizados, UHT, pasteurizados e assados. É eliminado totalmente do organismo pela urina em até 24 horas. Adoça 600 vezes mais que a sacarose
link Acessulfame-k: o mais resistente ao tempo e a altas temperaturas. Adoça 200 vezes mais que a sacarose e é eliminado totalmente do organismo pela urina
lista NATURAIS
link Frutose: extraído de frutas, cereais e mel. Adoça 173 vezes mais que a sacarose. Exige moderação no uso, pois provoca cáries. Diabéticos devem limitar o consumo Sorbitol: originado de frutas e algas marinhas. Adoça até 50 vezes mais que a sacarose. Uso é restrito a pessoas não diabéticas e que não são obesas
link Manitol: encontrado em vegetais e algas marinhas. Adoça 70 vezes mais que a sacarose. Não recomendado a diabéticos. Produz efeito laxativo se usado em grandes quantidades
link Esteovídeo: extraído da planta Stevia Rebaudiana. Adoça 300 vezes mais que a sacarose. Não contém calorias