quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CRIANÇAS E ADOLESCENTES NAS REDES SOCIAIS

Oglobo

No Brasil, 70 % das crianças e adolescentes estão nas redes sociais


RIO - O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou nesta terça-feira os resultados da sua primeira pesquisa "TIC Kids Online". O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) adaptou a metodologia usada em 2010 pela London School of Economics (LSE) à realidade brasileira e fez 1.580 entrevistas com crianças e adolescentes de 9 a 16 anos e 1.580 pais de filhos com a mesma faixa etária. O levantamento revela que a frequência de uso da internet é elevada no público infantil: 47% se conectam todos os dias ou quase todos os dias e 70% possui perfil numa rede social.

De acordo com a pesquisa, 42% das crianças e adolescentes se conectam na escola, 40% em um ambiente coletivo no domicílio (sala de estar, quarto de estudos compartilhado), 35% em lan houses e 18% no celular.

Entre as atividades mais mencionadas pelo público infantil e adolescente estão o trabalho escolar (82%), o acesso a redes sociais (68%), vídeos no YouTube (66%), jogos on-line e mensagens instantâneas (54%).

Embora íntimos do uso da tecnologia, as atividades mais complexas ou interativas, como a publicação de conteúdo, são menos citadas. Dos que responderam à pesquisa, 40% publicaram fotos, vídeos ou músicas no último mês, e 24% publicaram uma mensagem em um site. A proporção de jovens internautas que escreveu algo em um blog é de apenas 10%.

Rede social no Brasil é mais popular do que na Europa

Entre crianças e adolescentes de 9 a 16 anos entrevistados, 70% possuem um perfil próprio numa rede social.

De acordo com a pesquisa, a presença das crianças e adolescentes brasileiros em redes sociais aumenta de acordo com a faixa de idade. De 9 a 10 anos, 42% dos usuários têm o próprio perfil, e a proporção aumenta para 83% quando os jovens têm entre 15 a 16 anos.

"Chama atenção o fato do uso das redes sociais no Brasil superar o uso na Europa entre crianças, onde o uso atinge 57%”, disse Alexandre Barbosa, gerente do CETIC.br, em um comunicado sobre a pesquisa.

Entre os que possuem um perfil, 42% são privados (só os amigos podem vê-lo), 31% permitem que amigos dos seus amigos também possam visualizá-lo (parcialmente privado). Uma parcela de 25% possui perfil público. E cerca de 2% desconhece a configuração do seu perfil.

Quase um quarto já falou com estranhos

A maioria, 54%, disse que sabe mudar as configurações de privacidade do seu perfil em uma rede social e 59% sabem bloquear mensagens de alguém, 44% sabem descartar os spams e 55% buscam informações sobre como usar a internet de forma segura. Na web, 41% sabem comparar sites para verificar se as informações são verdadeiras.

A pesquisa também mostra que 23% dos jovens internautas de 11 a 16 anos já tiveram contato na internet com alguém que não conhecia e um quarto se encontrou pessoalmente alguém que conheceu on-line.

Embora 22% dos pequenos internautas tenham declarado que passaram por alguma situação de incômodo nos últimos 12 meses e, entre esses, metade (47%) disse que esse tipo de situação aconteceu na internet, 37% dos pais e responsáveis acreditam que não é provável que seu filho passe por alguma situação de constrangimento virtual no próximo semestre.

A maioria dos pais, 71% acreditam que os filhos usam a internet com segurança e 35% acham que os filhos são capazes de lidar com essas situações.

“Embora os pais sejam importantes mediadores no uso da internet, os resultados mostram que a percepção dos riscos é baixa”, afirmou Barbosa.

Entre os responsáveis, 47% se conectam à rede e quando questionados sobre onde obtêm informações sobre o uso seguro da web, a maioria (52%) citou TV, rádio, jornais ou revistas como fontes recorrentes.



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