Nelson Mandela parou de falar, diz jornal
PRETORIA — Após mais um dia hospitalizado no hospital militar de Pretória, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela teria deixado de falar. De acordo com o jornal sul-africano “The Sunday Times”, uma pessoa próxima à família confirmou a informação e disse que ele não está “com uma cara boa e claramente algo o está incomodando”.
Neste domingo, o presidente Jacob Zuma visitou Mandela, de 94 anos, segundo um comunicado oficial, que informou que “ele está confortável e sendo bem cuidado”. No sábado, o gabinete de Zuma havia declarado que não havia motivo para alarme e que o tratamento médico que Mandela está recebendo no hospital é “compatível com sua idade”.
Mais cedo, alguns jornais locais informaram que vário membros do Governo, e inclusive alguns do círculo íntimo de Mandela, não haviam sido informados de que o líder sul-africano tinha sido hospitalizado. Segundo o “City Press”, nem a Fundação Nelson Mandela ou sua ex-mulher Winnie Madikizela sabiam das mudanças de saúde do ex-presidente.
Mandela já havia sido hospitalizado em 2011 por problemas respiratórios, e novamente em fevereiro desse ano por dores abdominais. Na ocasião, ele foi liberado no dia seguinte depois que exames não detectaram nenhum problema sério. Desde então, o líder passa a maior parte do tempo em seu antigo lar em Qunu, um povoado na empobrecida província do Cabo Leste. Sua saúde frágil o impede de fazer aparições públicas, embora, nos últimos meses, ele tenha recebido visitas de personalidades como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
No domingo, fiéis se reuniram durante a manhã na Igreja católica Regina Mundi, em Johannesburgo para orar pelo ex-presidente. A igreja era um centro de protestos anti-apartheid.
- Sim, isso realmente nos preocupa, porque ele é uma grande pessoa - disse o pároco Shainet Mnkomo. - Ele fez tantas coisas para o país.
Mandela, que passou 27 anos na prisão por combater o regime racista branco, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul entre 1994 e 1999, e foi prêmio Nobel da Paz em 1993.
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