Dilma diz que não aceita de 'maneira alguma' sugestão de revista
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (7) que o Brasil não vai aceitar "de maneira alguma" a sugestão da revista britânica "The Economist" para demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Reportagem da publicação afima que o mercado perdeu confiança em Mantega depois do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre – que mostrou uma alta de 0,6% sobre o trimestre anterior. “Ela [Dilma] insiste que é pragmática. Se é assim, ela deveria demitir Mantega, cujas previsões excessivamente otimistas perderam a fé dos investidores, e indicar um novo time capaz de restabelecer a confiança dos negócios”, afirma o texto.
Dilma afirmou que "em hipótese alguma" o governo brasileiro será influenciado por opiniões da revista. "Nós todos aqui e eu somos a favor da liberdade de imprensa. Então, não tenho nenhum senão a dizer sobre o direito de uma revista ou jornal falar o que quiser. Só quero me manifestar que, em hipótese alguma, o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto do povo brasileiro vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não seja brasileira", afirmou Dilma durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.Dilma ressaltou que o Brasil tem tido crescimento econômico, enquanto muitas nações desenvolvidas vivem taxas de crescimento negativas.
"Nós estamos crescendo a 0,6% neste trimestre. Iremos crescer mais no próximo trimestre. Então, a resposta é: de maneira alguma eu levarei em consideração esta, diríamos, sugestão. Não vou levar", frisou.
A presidente afirmou não considerar "correta" a "sugestão" da publicação e disse que nunca ouviu um jornal ou revista recomendar demissão de ministros de países que passam por situações econômicas piores do que o Brasil.
"Acho que não é correto também pelo seguinte: diante dessa crise gravíssima pela qual o mundo passa, com países tendo taxas de crescimento negativas, escândalos, quebras de banco, quebradeiras, eu nunca vi nenhum jornal propor a queda de um ministro", afirmou.
A presidente demonstrou irritação quando questionada por jornalistas se a situação da economia dos países desenvolvidos é melhor que a brasileira. Ela disse que nenhum banco quebrou no Brasil, a exemplo do banco de investimentos americano Lehman Brothers, que quebrou em 2008.
“Vocês da imprensa brasileira não sabem que a situação deles é pior que a nossa? Pelo amor de Deus, desde 2008. Nenhum banco como o Lehman Brothers quebrou aqui”, disse.
A presidente afirmou que o Brasil não tem crise da dívida soberana, que a inflação está sob controle e que o país tem US$ 378 bilhões em reservas. “Tudo isso se dá porque os juros caíram no Brasil. [...] Por que não podia cair aqui?”, questionou. “Aqui tinha de ser o único, como dizia um economista antigo nosso, o último peru – ele falou de ação de graças, mas como aqui a gente não comemora ação de graças, eu vou chamar de peru de Natal”, disse, rindo em seguida.
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