sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A SAÍDA DE JOBIM

SRZD

'Era general que queria ir para reserva', diz especialista sobre Jobim



Foto: Reprodução de Internet

Após saída conturbada do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, o cientista político e professor de Ciência Política da PUC-Rio, Ricardo Ismael, conversou com o SRZD e falou sobre a sucessão de eventos negativos que ocorreram no governo de Dilma Rousseff. Ele comentou sobre a saída do ministro, a crise na pasta dosTransportes e os efeitos deste cenário na política atual.

Em relação ao comportamento do ex-ministro, Ricardo foi enfático: "Jobim era general que queria ir para a reserva. Ele não tinha o mesmo prestígio que tinha no governo Lula. Com Dilma, ele não era requisitado como anteriormente. Ele tem currículo. Não cometeria essa gafe por acaso. Sua demissão era inevitável".
Ele acredita que o eleitorado de Dilma Rousseff apoia as atitudes da presidente em relação às irregularidades nos ministérios de seu governo. As exonerações do Dnit e agora a substituição do ministro da Defesa normalmente são encaradas com bons olhos pelos eleitores, mas ela perde com o PR. 


"Quando Dilma tenta zelar pelo dinheiro público e para que licitações e contratos sejam feitos dentro de um processo honesto, ela tem apoio das pessoas com esta intervenção. Mas o PR tem 40 deputados e 7 senadores, e é um partido que está inconformado. Ou seja: quando precisar do apoio deles, poderá enfrentar problemas".
O professor não considera que as demissões em massa possam deixar o governo marcado pela instabilidade. "O combate à corrupção é sempre uma atitude que ganha o público. Sem súvidas. Basta saber se eles [governo] vão continuar agindo, se vão devolver o dinheiro público". Mas levanta uma dúvida: "Será que ela (Dilma) vai continuar com essa postura firme também com o PT, por exemplo?".

Atuação polêmica


O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, não esperou que a presidente Dilma Rousseff o demitisse depois das declarações publicadas na revista "Piauí". Logo após voltar de Tabatinga (AM), ele próprio pediu a exoneração do cargo. Agora, quem está em seu lugar é Celso Amorim, que foi ministro das Relações Exteriores no governo Lula.


Jobim fez comentários nada elegantes com relação a colegas de trabalho. Ele classificou a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de "fraquinha" em sua atuação, além de dizer que Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, "nem sequer conhece Brasília". Na semana anterior, o ex-ministro revelou ter votado em José Serra (PSDB) para a presidência nas eleições de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário