quinta-feira, 4 de agosto de 2011

BASTOS DO ALECRIM FUTEBOL CLUBE

Enviado por Carlos Magno Medeiros


Bastos foi bicampeão potiguar em 1964 com a camisa alviverde Foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/D.A PRESS

Que Garrincha jogou no Alecrim todo mundo sabe - ou deveria saber. 


Sim, foi apenas por um jogo, mas o Mané está imortalizado na história do clube e Bastos faz questão de guardar a fotografia da formação alviverde contando com um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. 


O que muita gente não sabe é que a vinda de Garrincha para fazer um jogo pelo Alecrim não cumpriu com seu propósito. "Garrincha estava fazendo alguns jogos aqui pela região e veio jogar no Alecrim. 


Era o jogo para salvar a pátria, porque o Alecrim estava devendo há dois meses aos jogadores", diz. Estádio lotado, autoridades presentes, imprensa reunida e todas as atenções voltadas ao Mané. 


Naquele momento os jogadores alecrinenses tiveram a certeza de que tudo estaria dando certo, ou seja, o clube estava arrecadando o suficiente para quitar a dívida com seus atletas. Nada feito. "O dinheiro foi todinho para pagar a ele. 


Jogou meio tempo só e levou o dinheiro todinho (risos)", revela. "Ele foi embora e a gente continuou no mesmopinga-pinga", lembra Bastos.

Esse é mais um dos causos do ex-goleiro. Tantos outros alegres e tristes estão marcados na memória. 



Entre os revés, os problemas com os cartolas potiguares, que, segundo ele, são suas maiores decepções no futebol. "Eles lidavam com o futebol como os times de coronéis das fazendas", diz. "Faziam muita presepada com os jogadores", complementa. 


Segundo Bastos, olhando de fora o que se pode ver nos dias de hoje são pessoas sem compromisso com suas agremiações. "O que eu vejo no futebol hoje é muita gente querendo se promover e o clube sempre fica no prejuízo", diz. 


Mesmo tendo dito que antigamente muitos dirigentes agiam de acordo com sua vontade arbitrária em seus clubes, Bastos diz que os cartolas de algumas décadas atrás eram, antes de tudo, amantes de seus times.


"No meu tempo você ia ser diretor porque você tinha dinheiro e era torcedor", conta. "Hoje o último que eu vi assim por aqui foi Judas Tadeu, porque o resto a gente vê como é", opina. 

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