sexta-feira, 5 de agosto de 2011

RISCO DE CRÉDITO NO BRASIL

Exame


Oferta de crédito pessoal, em uma rua de São Paulo

São Paulo – Reportagem do jornal britânico Financial Times (FT) alerta para o aumento da pressão sobre o crédito ao consumidor no Brasil. Segundo o texto, antes mesmo de uma perda de ritmo do crescimento econômico, o ciclo de crédito está numa fase de deterioração.

Algumas evidências comprovam esta fase. Uma delas é o aumento da taxa média de juro nos empréstimos ao consumidor, que passou de 41% em 2010 para 47% em maio de 2011. O aumento é um dos efeitos acumulados do ciclo de aperto do Banco Central no combate à inflação.
“Estimamos que o endividamento da chamada classe média brasileira ultrapassa os 50% da renda disponível. Pessoas de renda elevada tem pouca necessidade de tomar empréstimos, portanto os juros com taxas punitivas são direcionados, majoritariamente, à classe média, para o consumo”, diz a reportagem do FT.
O texto observa que a tensão no mercado de crédito já começa a se espalhar, atingindo pequenos bancos, que já demonstram dificuldades para ter acesso a financiamentos. Ao mesmo tempo, a inadimplência do consumidor (atraso superiores a 15 dias nos pagamentos) aumentaram rapidamente, passando de 7,8% para 9,1% entre dezembro de 2010 e maio de 2011.
“É preocupante que os indicadores de crédito tenham se deteriorado enquanto a economia ainda avança com força, e o desemprego está em níveis historicamente baixos. Normalmente, estes indicadores acompanham o ciclo econômico. Quando eles começam a se deteriorar antes de um enfraquecimento da economia, é sinal de problemas estruturais que podem estar ligados à baixa qualidade do crédito”, diz o FT.
Segundo o jornal, para fugir de uma crise de crédito, o Brasil deve, em primeiro lugar, dar ênfase na oferta de crédito com exigência de garantias, principalmente no mercado imobiliário. Além disso, o país precisa garantir uma infraestrutura adequada à expansão do crédito. 

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