quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BOA IDÉIA

MEGAZINE

Estudantes fazem paródia de site de compras e criam 'Mendigo urbano', que reúne doações para moradores de rua.


RIO - Um site criado por dois universitários gaúchos está gerando uma avalanche de comentários na internet. Usando a mesma lógica de sites de compra em grupo como o "Peixe Urbano", Bruno Henrique Stein e João Pedro Burzlaff, ambos de 19 anos, criaram o "Mendigo Urbano" , um espaço virtual em que as pessoas podem "comprar os passes" de moradores de rua cadastrados no projeto. Assim, de acordo com o texto de apresentação da página, é possível ajudá-los a receber comida e roupas.

De início, a novidade causa muito estranhamento e até desconfiança. Você abre o site e vê fotos e descrições dos mendigos que podem ser "comprados". Depois de o internauta escolher o morador de rua que pretende ajudar, ele compra uma cota do "passe" desse beneficiado. Cada "passe" custa R$ 250. Quando esse valor é atingido, a pessoa em questão ganha um "kit mendigo", que inclui cesta básica, roupas e até corte de cabelo. Por enquanto, há quatro moradores de rua cadastrados, e todos são de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde moram Bruno e João.

- Lançamos o site porque, em Novo Hamburgo, a população de rua está crescendo e a cidade não está dando muita bola. A ideia é ajudar e, ao mesmo tempo, chamar atenção para um problema social. Sabemos que vai gerar polêmica, já que o nome remete a um site de compras. Mas é óbvio que, quando escrevemos que alguém pode comprar o passe do morador de rua, não queremos dizer que a pessoa vai ser dona dele - explica João Pedro. - Todos os mendigos cadastrados nos deram autorização. E nenhuma porcentagem das doações vai para nosso bolso. Estamos bancando os custos de operação.

A página foi ao ar na semana passada e, segundo o estudante de Publicidade, vem recebendo milhares de visitas diárias. O site está sendo compartilhado intensamente no Facebook.
- Por enquanto, a maior doação feita por uma pessoa foi de R$ 50. Até o momento, essa é uma iniciativa local, mas espero que a ideia se espalhe pelo país. Cidades como Rio e São Paulo têm muito mais população de rua do que Novo Hamburgo - acredita João Pedro.

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