sábado, 16 de julho de 2011

CRISE DO DNIT

O globo

'Dança das cadeiras' no Dnit deve continuar com a saída do diretor de Infraestrutura Rodoviária ligado ao PT.

BRASÍLIA - O desmonte do comando do Dnit começou antes mesmo de estourar a atual onda de denúncias de desvios e cobrança de propinas no setor, com a exoneração, dia 14 de junho, do então diretor de Administração e Finanças, Heraldo Cosentino. Ele é ligado ao PT e alegações pessoais justificaram sua saída. Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária e também pertencente aos quadros do partido, é outro que deve cair a partir de agosto. Tido como homem de confiança do Planalto, integrantes do PR sustentam que Caron avaliza 90% das obras rodoviárias, inclusive aditivos em obras suspeitas de irregularidades.

Mas o PR de Valdemar Costa Neto (PR-SP) é o grande prejudicado com a 'dança das cadeiras', já que a maioria do comando do Dnit era de indicados do partido. Mesmo os que pertencem ao quadro técnico de carreira do órgão, acabaram sendo apadrinhados pelo PR, que está em vias de ficar completamente fora do comando do Dnit e do Ministério dos Transportes. Isso porque a cada denúncia de corrupção envolvendo dirigentes nomeados por indicação politica do PT ou PR, a presidente Dilma Rousseff intervém e faz as trocas imediatamente.

Já estão afastados temporariamente: o diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que deverá ser exonerado quando retornar das férias; Mauro Barbosa , ex-chefe de gabinete de Nascimento; Sadok de Sá, que substituiu Pagot no comando do Dnit e foi afastado nesta sexta-feira com a denúncia de que a empresa de sua mulher, a Construtora Araújo, foi beneficiada com contratos de R$ 18 milhões no Dnit .
De acordo com O Estado de S. Paulo, os contratos foram assinados entre 2006 e 2011, somam R$ 18 milhões, e sofreram aditamentos. Após a publicação da denúncia, Sadok foi afastado temporariamente. Também foram afastados José Francisco das Neves, o Juquinha. Diretor-presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias; e Luís Tito Bonvini, exonerado da função de assessor do gabinete do ministro Alfredo Nascimento.
Estão ainda pendurados no Dnit, ligados ao PR, o diretor de Planejamento e Pesquisa, Jony Marcos; o diretor de Infraestrutura Ferroviária, Geraldo Lourenço; e o diretor de Infraestrutura Aquaviária, Herbet Drummond.
_ Isso está parecendo um dominó colocado enfileirado. Bate no primeiro e cai todo mundo junto. Alguma coisa estranha tem _ avaliou nesta sexta-feira o ex-líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), ao ser questionado sobre a dança das cadeiras no Ministério dos Transportes e Dnit.

Um comentário:

  1. Em alguns países se o executivo é descoberto comandando um esquema de corrupção, a pressão dos superiores, dos companheiros de partido, dos eleitores e até da familia causa tanta vergonha que muitas vezes termina em suicídio. o que será preciso para nós termos ética? Se o ex-dirigente do partido ao invés de se desculpar e tentar mostrar que o partido sofrerá uma intensa reformulação vem dizer que tem "alguma coisa estranha".

    ResponderExcluir