terça-feira, 24 de julho de 2012

MUDANÇAS FUTURAS NA ÁREA FINANCEIRA DO BRASIL

Agência Brasil



Brasil terá grande mudança na área financeira nos próximos anos 



O Brasil vai atravessar, nos próximos três ou quatro anos, uma grande mudança na área financeira, disse oeconomista Ernani Teixeira Torres Filho, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ).
“A queda da taxa de juros é só a cereja do bolo que faltava para o mercado mudar e tornar o Brasil mais parecido com o resto do mundo”, disse Torres Filho, ex-superintendente da Área de Pesquisa Econômica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele participou do seminário O Brasil e o Mundo em 2022, evento comemorativo aos 60 anos do BNDES.
Torres Filho acredita que as empresas e bancos vão começar a mudar e, nesse cenário, o BNDES também vai se transformar. “Ele [o BNDES] não vai crescer como um banco de crédito da mesma forma, porque o país vai em direção a utilizar créditos securitizados [títulos do Tesouro Nacional, emitidos em decorrência de recebimento e renegociação de dívidas da União assumidas por força de lei]. As empresas vão começar a lançar mais títulos”.
Com isso, o mercado de títulos no Brasil, que ainda é reduzido e controlado por bancos, na opinião do professor da UFRJ, tende a crescer e o BNDES acompanhará essa transição. A tendência é que o BNDES se firme cada vez mais como um banco de fomento de longo prazo.
A ideia é que o BNDES seja um banco de longo prazo, mas com flexibilidade. ”Ele tem que ser um banco capaz de ocupar espaços ou de responder à necessidade da economia a cada momento. Se o mercado privado se retrai e não dá crédito curto, eu acho que o BNDES entra, dá crédito curto, e sai”. Torres Filho acredita que assim que o mercado privado se aproximar do financiamento de mais longo prazo, o BNDES dará crédito ainda mais longo.
O professor da UFRJ advertiu que em uma concorrência aberta, dificilmente o BNDES terá capacidade de concorrer de igual para igual com o mercado privado, porque não tem as contas dos clientes nem todos os produtos financeiros que a rede privada oferece. “Ele [BNDES] tem uma especificidade. A flexibilidade de um banco que tem 20% do sistema de crédito na mão não é pouca coisa”, acredita.
Torres Filho reiterou que para cumprir o seu papel de banco de fomento, o BNDES precisa ser flexível. Para ele, os 60 anos do BNDES, completados este ano, mostram que a trajetória da instituição foi clara nessa direção.

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