quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FELIPÃO DÁ CANELADA NOS BANCÁRIOS

Jornal do Brasil

"Não quer pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil", diz Felipão

Felipão: "Não quer pressão, vai trabalhar no banco do Brasil"

Em sua primeira entrevista à frente da seleção brasileira que participará da Copa do Mundo de 2014, o técnico Luiz Felipe Scolari já começou a criar polêmica. Ao falar sobre a pressão que os jogadores vão enfrentar na competição, ele disparou:  "Nossos jogadores sabem que seria um dos títulos mais importantes que o Brasil já conquistou. Tem que trabalhar bem esse aspecto. Se não quer pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada."
O Banco do Brasil divulgou nota classificando a declaração como "infeliz" e "preconceituosa".  A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro também criticou a frase, destacando que o técnico "desrespeitou os trabalhadores bancários".
Alegria de trabalhar com Parreira
O novo técnico disse que volta a trabalhar com alegria por estar envolvido com o grande projeto da Seleção, que é o Mundial 2014. "Feliz por estar trabalhando com pessoas que confiaram em mim e por ter ao meu lado alguém com quem eu possa dividir os rumos da Seleção, que é o Parreira [novo coordenador técnico]", disse Felipão. "O nosso projeto do Mundial está começando de forma intensa e visando, sim, especialmente a conquista do título em 2014", acrescentou. 
"Nós temos a obrigação sim de ganhar o título. Jogamos em casa, não somos favoritos no momento, mas pretendemos nos tornar favoritos durante a competição que se iniciará em 2014. E não é um pais que tem cinco títulos que vai ter intuito de ser vice, terceiro ou quarto", disse Felipão.
Já Carlos Alberto Parreira agradeceu o convite e a confiança depositada pela CBF. Ele disse que é um recomeço, mas também uma continuação. "Vou reviver a dobradinha que deu certo com Zagalo em duas Copas do Mundo, agora com Felipão. Estamos aqui para dar todo o apoio a ele. O objetivo é um só: fazer com que o Brasil seja campeão do mundo. Hoje não somos os favoritos, mas daqui a um ano e meio seremos os favoritos com o trabalho que vai ser realizado", conclui Parreira.
Confira a nota da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro:
"A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia a declaração do técnico Luiz Felipe Scolari sobre o trabalho dos bancários do Banco do Brasil, feita na entrevista coletiva desta quinta-feira 29, no Rio de Janeiro, ao reassumir o posto de treinador da Seleção Brasileira.
Ao afirmar que, “se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.
Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil.
Luiz Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos".
Confira a nota do Banco do Brasil:
"O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luiz Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da Seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da Seleção.
Entretanto, o Banco do Brasil lamenta o comentário infeliz do técnico Luiz Felipe Scolari e afirma que se orgulha por contar com 116 mil funcionários que todos os dias vestem a camisa do Banco, com as cores do Brasil, e trabalham com dedicação e compromisso para atender com excelência às necessidades de nossos clientes e do nosso País.
Para a família BB, planejamento, respeito e organização são os segredos para uma estratégia de sucesso que transforma a pressão do dia-a-dia em motivação para as conquistas e para o apoio ao desenvolvimento do Brasil".

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