domingo, 4 de março de 2012

VOLTANDO A RABISCAR


Minervino Wanderley
Triste coração vagabundo

Não sei se é sintoma da idade, se é solidão, incompetência, seja lá o que for. A verdade é que me encontro numa tristeza de lascar. A situação chegou a um ponto que eu gostaria de ser um cara daqueles que almoça com a família aos domingos, sabe? Bem família.

Queria me apaixonar ao ponto de ver um objeto qualquer e me lembrar da mulher amada. Como eu gostaria de ser um cara assim. Não me faltaram oportunidades e certamente não me faltarão – pelo menos o desenho é este. Porém, receio que o final seja o mesmo: noites insones, porres homéricos, promessas e tome desilusão on the rock’s.

Mas que remédio há para um coração vagabundo que, na mesma velocidade que dorme dizendo que sim, quando acorda nega tudo como se nada tivesse acontecido? O que fazer com tantos sonhos, tanto amor contido se, na hora “H”, tudo passa e só resta a esperança acalentada por outros tantos sonhos? Sei lá!

O bom seria se a gente fosse tipo um aparelho celular. O cara chegava numa banca qualquer e dizia: “Bota aí vinte reais de amor”. O vendedor o atendia e ele saía para os braços da mulher que, na sua avaliação, era suficiente para a carga adquirida.

Calma! Isso valeria para as mulheres também. Aliás, eu já vi muitas dizendo que ”Fulano de Tal não vale um tostão furado!”. Isso quer dizer, então, que elas já fazem uso desse meu pensamento. É ou não é? Só não sei aonde elas compram as benditas cargas das baterias.  E, cá pra nós, acho que valho mais uma coisinha, modéstia à parte. (MW)

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