Acordo para redução de sódio não melhora qualidade da alimentação do consumidor, aponta pesquisa
RIO — Análise feita pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Idec) constatou que, apesar de Ministério da Saúde e Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) terem firmado mais uma etapa de um acordo para diminuir o teor de sódio em alimentos processados no Brasil em outubro do ano passado, praticamente nada irá mudar na qualidade da alimentação do consumidor.
Isso porque dos 530 alimentos que tiveram os rótulos analisados pela entidade, entre bolos, biscoitos, batatas palha, maioneses e cereias matinais, mais de 80% deles já possui quantidade média de sódio inferior à meta de redução estabelecida.
A maioria dos alimentos industrializados tem mais de 50% do valor recomendado de ingestão diária do nutriente.
No caso da maionese, por exemplo, boa parte das marcas analisadas pela entidade contém mais de 1.000mg de sódio em 100g do produto (o equivalente a 10 colheres de sopa, aproximadamente).
Nessas colheradas há quase metade do total de sódio recomendado pelo Ministério da Saúde para um dia inteiro, que é de 2.400 mg. No entanto, as metas de redução para a categoria parecem não levar isso em conta, pois foram fixadas em 1.283 mg/100g para o ano de 2012; e em 1.051 mg/100g até o fim de 2014 (as metas são gradativas e devem ser implementadas a cada dois anos; para alguns alimentos, começam neste ano e seguem em 2015).
Das 21 marcas de maionese pesquisadas, 20 (95,4%) não precisaram mover nenhuma palha para cumprir a meta do ano passado, e 11 (52,4%) podem continuar como estão até 2014.
— A medida é importante, mas, isoladamente e com metas timidamente definidas, o impacto na saúde é muito pequeno — declara Silvia Vignola, sanitarista consultora do Idec e responsável pelo levantamento.
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