quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MEU NOVO AMOR


Geraldo Batista


            Quando a conheci, estava desnutrida, a pobrezinha. Penas e braços finos, quase sem se manter em pé. Sua cabeça pendia em direção ao chão. Tinha “cabelos” muito secos sem brilho. Apesar disso, me apaixonei por aquela menina moça. Resolvi ajudá-la a se recuperar. Minha primeira providência foi matar sua sede e ampará-la para que não caísse. Dei-lhe um cajado para se mantivesse em pé com toda firmeza. Tomei providências para que ficasse bem alimentada.     Com a chegada do calor, tornou-se viciada em água. Consome mais de dez litros por dia, de segunda a segunda. Não me dá folga. Mesmo sabendo que ela não me escuta, converso com ela duas vezes por dia quando lhe levo água. Agora, sua “cabeleira” ganhou brilho e novos cachos estão nascendo. Espero que em breve suas pernas engrossem e seus braços ganhem mais vigor. Querem saber onde ela mora? No primeiro canteiro após a Rua Rui Barbosa, na Alexandrino de Alencar. Atende pelo nome de Craibreira. Espero que na próxima primavera ela me presenteie com algumas flores amarelas. Faço votos para que os homens da Prefeitura a deixem em paz. Não passo de um velho apaixonado pela mãe natureza. Essa é a segunda árvore que recupero. A primeira é hoje um lindo flamboyant que estava literalmente no chão.
P.S. Estou muito decepcionado com a possibilidade de o novo aeroporto ser mais um aeroportuzinho. Nossa vocação para “piotários” é uma maldição. Geraldo Batista.


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