quarta-feira, 22 de maio de 2013

O GRITADOR DE LEILÃO - MANOEL DA VIÚVA


Peço permissão ao amigo e conterrâneo Rosemilton Silva, para publicar o  texto sobre o seu pai, Manoel da Viúva.

Rosemilton

Estamos num dia 22 de maio de um ano qualquer das décadas passadas antes dos anos 90. 

Ele acordava cedo, tomava banho, o café e, com um orgulho danado, nos dizia: "Vou gritar o leilão!" E era gritado mesmo, com aquele bom humor e conhecimento de tudo e de todos. Saía de casa, passava na casa paroquial, via as prendas. Seguia no rumo da casa de Miguel Farias e, logo após, de Odorico Ferreira de Souza. Estava formado o eterno trio responsável pelo leilão de Santa Rita de Cássia. 

Nos divertíamos muito, todos, sem exceção, com as brincadeiras, as tiradas, a forma como ele arrematava um cacho de coco, uma galinha, um perú, um guiné. A velocidade com que ele oferecia a prenda e contava os três números fatais da venda, era rápida, a ponto de Miguel e Odorico quase nem perceberem ou fazia que não percebiam. E tudo, ou quase tudo, era em meu nome.

Mané da Viúva ainda hoje faz falta naquele leilão. Ainda hoje é lembrado pelos mais antigos. Mesmo que Romualdo o tenha substituído, ninguém "gritará" o leilão como ele. E não sou eu quem diz isso!

Certamente, lá no céu, ele estará reunido hoje com Miguel Farias e Odorico Ferreira de Souza, no leilão de Santa Rita, reunindo os que também já foram e, com certeza, embora ele não fosse assíduo, ele reclamará que estará faltando a cerveja sagrada naquele único dia em que ele bebia. 

As prendas, papai, vá guardando que eu as buscarei assim que puder.

3 comentários:

  1. e no carnaval, o "broqui da vitora tá na rua, derna qui o dia raiou"
    eita mané já não se faz leilão como antigamente
    espero que esteja junto do jota cristo...
    tatadetila.
    .

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  2. Lembro muito bem num dos leilões de Santa Rita Mané da Viúva levantou um prato cheio de queijos de coalho doados por um agricultor. Deu uma risada, levatou o prato bem alto e exclamou - Quasi cinc quili de queiju de quai!!!!!!
    Garotao

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  3. Meu caro, Chagas. Você não precisa pedir permissão. Além de ter sido amigo do meu pai, você é uma figura impar.
    Tatadetila, amigo velho, O bloco da vitória era encabeçado por ele e Neném Galdino, tendo como sanfoneiro Ze Galdino e o caminhão de Fasutino. Era um freje danado, rebuliço que so acabava a noite no baile que era dançado na Prefeitura e depois passou a ser em uns armazéns que o "Majó" Theodorico tinha alí por trás da Prefeitura. Ainda me lembro do "Mestre" Oscar botando os meninos pra tocar: Deusdedith, Omar, Zé Zanolho, entre outros. Garotão, lembra quem arrematou o prato de queijo?

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